segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Farmacêuticos poderão prescrever medicamentos em unidades de saúde



                                

Os farmacêuticos, que atuam nas unidades de saúde de Ponta Grossa, poderão prescrever alguns tipos de medicamentos para a população. Uma resolução da Secretaria Municipal da Saúde determinou um Protocolo de Atendimento Farmacêutico para o tratamento de doenças como a escabiose, pediculose e desitratação.

A decisão passou a valer nesta semana em nove postos de saúde que contam com os profissionais e que foram escolhidos estrategicamente por apresentarem números maiores de Equipes de saúde da Família. Futuramente, a ideia será expandir os atendimentos para mais unidades.

De acordo com a Coordenação de Assistência Farmacêutica da Secretaria da Saúde os profissionais passaram por uma capacitação para realizar este tipo de atendimento. Com relação as três doenças, que fazem parte do protocolo, o órgão informou que são as patologias que prevalecem na população.

"A coordenação está trabalhando para fazer o acompanhamento dos pacientes de acordo com a linha de cuidado daqueles que possuem doenças crônicas, analisando periodicamente os resultados, com avaliação farmacêutica da farmacologia adequada, resultado de exames e organização da documentação para dar suporte ao paciente", informou o departamento de saúde, através de nota enviada pela assessoria de comunicação.



segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Embriões de fronteira

Experimento levado ao limite da lei pode explicar falha na gravidez e defeitos de nascimento.



Pesquisadores desenvolveram um embrião humano até o 13º dia, um a menos do que o tempo permitido pela lei de vários países – inclusive as dos Estados Unidos e do Reino Unido, onde os experimentos foram feitos. Ao resvalar esse limite, chegaram a evidências que poderão ajudar a entender o aborto espontâneo e defeitos de nascimento. E se defrontaram também com mistérios.

Ao conseguir fazer que embriões se desenvolvam tanto tempo assim, a equipe de Ali Brivanlou, da Universidade Rockefeller (EUA), e Magdalena Zernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), encontrou um grupo de células que apareceu no 10º dia e desapareceu 48 horas depois.

A equipe desconfia que seja um órgão transiente eliminado ao longo da evolução – mais ou menos como nossa ‘cauda ancestral’. Naquela etapa do desenvolvimento, esse ‘órgão fantasma’ responderia, segundo os pesquisadores, por cerca de 5% a 10% das células do embrião. A natureza dessa estrutura permanece misteriosa – e, quase certamente, será tema de estudos posteriores.

Além disso, o estudo ‘quase em tempo real’ da entrada em ação (ou, tecnicamente, expressão) dos genes revelou que há grandes diferenças entre nosso desenvolvimento embrionário e o de roedores – estes últimos muito usados em pesquisa médica para entender doenças humanas.


Recorde anterior

O recorde anterior era de nove dias. O que já deve ser considerado um feito e tanto, pois, depois do 7º dia, quando o embrião se implanta na parede do útero, ele passa a necessitar das condições do ambiente uterino, o que é muito difícil de reproduzir em laboratório – até porque detalhes desse ambiente ainda são desconhecidos.
Pode parecer que quatro dias a mais é pouco se comparados aos nove meses de gravidez. No entanto, quando se trata de evolu­ção embrionária humana, cada hora conta


Por que 14 dias? Cerca de uma dúzia de países no mundo adotam esse limite, ou por lei, ou como diretriz, porque é o momento em que as células embrionárias começam a formar camadas para dar origem aos órgãos. Mais: segundo cientistas, esse é o momento no qual embriões se dividem para gerar gêmeos. E, do ponto de vista ético, defendem especialistas em bioética, começa aí a criação de indivíduos.

O diferencial da equipe de pesquisadores é ter criado o ‘berço’ no qual os embriões puderam crescer por tanto tempo: um gel enriquecido com oxigênio, desenvolvido pela equipe de Zernicka-Goetz. A técnica em si parece ser tão importante quanto as descobertas feitas com ela. E, tudo indica, simularia o ambiente uterino para permitir o desenvolvimento dos embriões para além de duas semanas – os pesquisadores interromperam os experimen­tos no 13º dia.

Em geral, embriões são desenvolvidos ao longo de poucos dias em laboratório com o auxílio de células maternas. Mas, depois de duas semanas, é preciso um coquetel (ainda desconhecido) de hormônios e um ambiente tridimensional – ou seja, diferente daquele ‘plano’ das placas usadas para cultura de células em laboratório.

Até esse momento, a ciência sabe muito mais sobre a evolução embrionária de outros animais do que a de humanos. Portanto, estudar etapas avançadas do desenvolvimento embrionário humano é crucial para entender defeitos genéticos, doenças, formação de órgãos etc.

Cerca da metade dos embriões implantados no útero humano não vinga. É uma taxa relativamente alta, e o motivo para tal é desconhecido por especialistas em fertilização artificial. A técnica e os resultados já estão sendo usados para entender a viabilidade de embriões criados por fertilização in vitro.

Os resultados das duas equipes – os quais estão em Nature (12/05/16) e Nature Cell Biology (04/05/16 on-line) – reforçam uma dedução quase óbvia: modelos animais não são idênticos aos humanos. Por exemplo, as células que dão origem ao feto e ao saco vitelino (ou vesícula vitelina) se diferenciam mais tarde em humanos. Na explicação quase tautológica de Zernicka­Goetz para a revista Science (06/05/16), “temos que estudar embriões humanos para entender os embriões humanos”.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Jovem francesa combate HIV sem medicamentos, dizem médicos

Especialistas atribuem o feito ao precoce tratamento ao qual a adolescente foi submetida


Uma jovem francesa de 18 anos que nasceu com o vírus da Aids tem mantido a doença sob controle e praticamente indetectável apesar de ter interrompido o tratamento há 12 anos, de acordo com informações do Daily Mail.

Seu caso fez ressurgir a esperança de que o tratamento, quando agressivo e precoce, pode limitar a força com que age o vírus, e mostrou que, em alguns raros casos, pacientes podem controlar a doença sem ter que tomar drogas ao longo de toda a vida. Há alguns anos, médicos relataram um caso semelhante: o de uma menina de Mississipi que sobreviveu ao HIV sem tratamento por um ano e três meses.

Pelo menos uma dúzia de adultos entraram em remissão do HIV por cerca de 10 anos depois de suspenderem medicações contra o HIV, mas o caso da jovem francesa é o primeiro de longa duração começado na infância que se tem notícia. A mãe da adolescente francesa não se submeteu ao tratamento de controle do HIV, que reduz drasticamente as chances de transmissão do vírus para a criança durante a gestação. Os médicos acreditam que a adolescente, que não teve a identidade revelada, tenha sido infectada antes ou durante o parto.

Os médicos deram ao bebê a droga AZT por seis semanas, tratamento padrão na época, mas exames motraram que a menina ainda tinha altos níveis de HIV no sangue. Os especialistas resolveram então submeter a menina a um tratamento baseado na combinação poderosa de quatro medicamentos, mantido até criança completar seis anos de idade.

Médicos e pacientes perderam contato por um ano, mas quando a francesa voltou ao hospital, especialistas não encontraram mais HIV em seu sangue. A mãe da criança contou que havia parado de ministrar os medicamentos para a filha e os médicos resolveram continuar adotando a medida, de não submeter a paciente a tratamento.

"Ela não tem qualquer uma das variantes dos genes ou biomarcadores conhecidos por fornecer controle natural ou proteção contra a infacção pelo vírus HIV, e ela não foi capaz de suprimir o vírus antes de iniciar o tratamento com a combinação das drogas. Tudo isso sugere que o tratamento precoce é o responsável pela remissão", afirma o médico.




segunda-feira, 18 de julho de 2016

Gene dos ruivos pode aumentar risco de câncer de pele, indica estudo.

Uma variante de um gene que possuem as pessoas com cabelo avermelhado, pele pálida e sardas pode aumentar o risco de desenvolver câncer de pele, mesmo que não haja exposição ao sol, de acordo com um estudo publicado na terça-feira na revista científica Nature Communications.






O risco, surpreendentemente, também é maior para as pessoas que possuem tal assinatura genética mas não apresentam as características físicas próprias dos ruivos, afirmou a equipe internacional de cientistas.
Os resultados estão baseados em uma análise genética de tumores de câncer de pele de mais de 400 pessoas.
Esta análise revelou que os tumores de pessoas com uma variante do MC1R (gene responsável por dar cor à pele e aos cabelos), que está relacionada com os ruivos, tinham 42% mais mutações - o equivalente a 21 anos de exposição adicional ao sol nas pessoas que não possuem essa variante.

Embora a maioria das mutações genéticas sejam inócuas, quanto mais elas ocorrem, mais provável é que uma célula humana normal se transforme em uma célula cancerosa.
Os resultados sugerem que as pessoas com uma variante do gene MC1R são mais susceptíveis a sofrerem processos mutagênicos - resultantes, por exemplo, de agentes como a exposição aos raios UV, que podem provocar câncer de pele, conhecido como melanoma.

"Este trabalho é importante porque as conclusões se aplicam a uma alta proporção da população, as pessoas que carregam pelo menos uma cópia com uma variante genética no MC1R," disse à AFP o coautor do estudo, David Adams, do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido.
Em alguns países, como Inglaterra e Irlanda, essa proporção pode chegar a um terço da população - embora apenas cerca de 2% das pessoas tenham o fenótipo dos ruivos.


Não precisa ser ruivo

Muitas das pessoas que estão em risco nem sabem que carregam a variante, disseram os pesquisadores.
Os ruivos recebem uma cópia da variante genética de cada um dos seus pais. Mas as pessoas que recebem uma só cópia, do pai ou da mãe, provavelmente não têm o cabelo vermelho - e podem permanecer alheias à sua composição genética particular.

Já se sabe há muito tempo que os ruivos se queimam mais rápido debaixo do sol e que são mais suscetíveis aos efeitos mutagênicos da radiação UV - portanto, têm maior risco de câncer de pele.
Mas o novo estudo sugere que há outras maneiras "possivelmente independentes dos raios UV" de que variantes do MC1R podem aumentar o risco de melanoma, disse Adams.
A pesquisa também revelou, pela primeira vez, o risco para as pessoas que não são ruivas mas que possuem a variante.

"Essas pessoas devem ter cuidado extra debaixo do sol, visto que elas podem ser altamente suscetíveis à radiação UV e outros agentes mutagênicos, algo que muitas pessoas que possuem variantes do MC1R não percebem", disse Adams.

Pessoas com parentes ruivos têm uma maior chance de possuir uma variante do MC1R, e devem tomar cuidado extra, disse que a equipe.

Não ficou claro se as mutações significam que o melanoma em pessoas ruivas é mais ou menos grave.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2016/07/12/gene-dos-ruivos-pode-aumentar-risco-de-cancer-de-pele-indica-estudo.htm#fotoNav=11

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Paracetamol na gravidez aumenta autismo e hiperatividade, diz estudo

Sintomas aumentaram em bebês com mães que ingeriram o remédio. Estudo foi publicado pela revista "International Journal of Epidemiology".







  A pesquisa, liderada pelo Instituto de Salud Global (ISGlobal), em Barcelona, descobriu que o paracetamol, muito usado durante a gravidez, tem forte associação com sintomas do autismo em meninos e com sintomas relacionados ao déficit de atenção e a hiperatividade em ambos os sexos.

  Segundo o pesquisador do ISGlobal e coator da pesquisa, Jordi Júlvez, este é o primeiro estudo do tipo que descreve uma associação independente entre o uso deste fármaco durante o pré-natal e os sintomas do TEA em crianças. Esta também é a primeira análise que indica diferentes efeitos do paracetamol sobre o neurodesenvolvimento conforme o sexo.
  O estudo comparou meninos e meninas expostos de forma persistente ao paracetamol com os não expostos, e encontrou um aumento de 30% do risco para algumas funções da atenção, assim como um aumento dos sintomas do espectro autista no caso dos meninos apenas. Os pesquisadores recrutaram 2.644 duplas de mãe e filho da Espanha e algumas eram avaliadas quando a criança estava com um ano, enquanto outras eram avaliadas aos cinco anos. As mães deveriam responder se tinham tomado paracetamol na gestação e a frequência de uso era classificado como "nunca, esporadicamente ou frequentemente."

  Em 43% dos casos das crianças avaliadas com um ano e em 41% dos casos das crianças avaliadas aos cinco anos a exposição ao paracetamol aconteceu em algum momento durante as primeiras 32 semanas de gravidez. Quando avaliaram aos cinco anos, as crianças expostas tinham aproximadamente 40% mais chances de ter sintomas de hiperatividade ou impulsividade que os não expostos.

  Meninos e meninas expostos de forma persistente mostraram pior rendimento no K-CPT, um exame que mede a falta de atenção, a impulsividade e a velocidade do processamento visual. Além disso, os meninos exposto de maneira persistente ao paracetamol apresentaram um aumento de dois sintomas no Transtorno do Espectro Autista, se comparados aos meninos não expostos.

  "O paracetamol poderia ser prejudicial para o desenvolvimento neurológico por várias razões. Em primeiro lugar, ele alivia a dor ao atuar sobre os receptores de canabinóides do cérebro. Dado que estes receptores, normalmente, ajudam a determinar como os neurônios amadurecem e se conectam entre eles, o paracetamol poderia alterar estes processos", detalhou Júlvez.

  A explicação de porque se encontrou uma relação com o aumento de sintomas do espectro autista só em meninos poderia ser pelo fato de "o cérebro masculino parecer ser mais vulnerável a influências danosas durante os primeiros períodos da vida", afirmou a principal autora do estudo, a médica Claúdia Avella-Garcia.






Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/07/paracetamol-na-gravidez-aumenta-autismo-e-hiperatividade-diz-estudo.html

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Projeto brasileiro inicia mapa genético da zika e já detecta mutações.



Pesquisadores brasileiros e ingleses concluíram nesta quinta-feira (16) a coleta de 1.200 amostras de sangue de pacientes de seis Estados para um estudo inédito do genoma do vírus da zika. O projeto-piloto vai realizar agora um mapeamento genético completo do vírus, que deve ter resultados até o final de julho.

Com a análise do sangue coletado será possível saber a origem, entender as mutações ocorridas desde sua chegada e determinar, por exemplo, relações entre o vírus que circula no Brasil e os problemas neurológicos detectados, como a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré.


Por quinze dias (entre os dias 2 e 16 de junho), o laboratório móvel de análise genômica visitou cinco Estados do Nordeste: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia. Além disso, também recebeu coletas de sangue do Mato Grosso.


Segundo o pesquisador da Fiocruz e um dos coordenadores do projeto, Luiz Alcântara, o vírus foi detectado em 12% das 1.200 amostras coletadas, que vieram, na maioria dos casos, de laboratórios estaduais e foram colhidas de pacientes que tiveram exame clínico conclusivo de doença com exantemas (manchas vermelhas no corpo) e suspeita de zika.


"Essas coletas foram feitas em pacientes apenas pelo perfil clínico, sem diagnóstico molecular. Os laboratórios centrais dos Estados ainda não têm como fazer esse diagnóstico molecular. Eles colhem o sangue e enviam para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, que não consegue atender a demanda", disse.


O projeto Zibra (Zika in Brasil Real Time Analysis, ou análises em tempo real do vírus da zika no Brasil, em tradução livre) é uma parceria entre Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Bahia, Instituto Evandro Chagas, Ministério da Saúde e duas universidades do Reino Unido. Pesquisadores australianos e dos Estados Unidos também colaboram.


As primeiras conclusões foram apresentadas na sexta-feira (17) a especialistas durante simpósio internacional em Salvador, mas o pesquisador da Fiocruz já adiantou que o vírus que circula no Brasil agrupa-se com os identificados na Ásia, embora forme um grupo diferente.


"Agora estamos estudando a genética viral para entender a dispersão do vírus e saber se tem alguma alteração dessa sequência que explique a microcefalia e outras sequelas neurológicas".
Vírus mutante


O professor de doenças infecciosas da Universidade de Oxford Nuno Faria, que também coordena a pesquisa, ressalta que o volume do material compilado também deve ajudar a conhecer melhor o vírus, conhecido por suas rápidas e constantes mudanças genéticas.


"Se tivermos amostras de pacientes infectados no mesmo dia, num mesmo lugar, podemos ter um vírus igual. Mas se foram colhidas com um mês de diferença ou em outro local é mais garantido que vamos encontrar mutações em relação ao vírus", explicou.


Segundo Faria, as mudanças nem sempre significam um vírus mais perigoso, mas demonstram uma capacidade comum aos vírus de se adaptar a novos ambientes. "Muitas dessas mudanças são deletérias, ou seja, como não vão servir para o vírus e serão eliminadas. Em questão de tempo, só ficarão as vantajosas. Ainda não sabemos exatamente como são essas mutações", disse.
Difundir testes rápidos


Os pesquisadores usam o minION, um aparelho criado por uma empresa da universidade inglesa de Oxford, que faz o diagnóstico e sequenciamento do vírus da zika. Um dos objetivos do projeto é difundir o aparelho em larga escala e treinar pessoas para usá-lo permitindo que os laboratórios estaduais façam testes rápidos de zika.


"É um aparelho barato, que custa US$ 1.000. Vamos mostrar a importância dele aos laboratórios e ao Ministério para que seja comprado", disse Alcântara.


Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2016/06/17/projeto-brasileiro-inicia-mapa-genetico-da-zika-e-ja-detecta-mutacoes.htm

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Morte por superbactérias é agravado por uso indiscriminado de antibióticos

Mais de 10 milhões de pessoas devem morrer infectadas até 2050. Uso inapropriado de antibióticos alimenta a ineficácia dos remédios.




Um estudo britânico fez um alerta preocupante: mais de 10 milhões de pessoas devem morrer anualmente infectadas por superbactérias até 2050. O problema é agravado pelo uso inapropriado de antibióticos.
O estudo cobra coragem para investir de novo. Extrair veneno é parte da pesquisa de novos antibióticos. O relatória britânico diz que desde os anos 80, "as poucas atividades são apenas variações do que já existia". Nesse contexto, a meta sugerida parece audaciosa: 15 novos antibióticos nos próximos 10 anos." Esse remédios seriam reservados para casos extremos.
Quando alguém para com o antibiótico só porque voltou a se sentir bem, não significa vitória sobre a infecção. Algumas bactérias podem ter sobrevivido. Ai é uma questão de minutos até se multiplicarem de novo e a nova infecção é resistente ao remédio.
Já há bactérias que se defendem da poderosa colistina. Esse antibiótico conhecido como um último recurso agora aparece à venda na internet. Sem prescrição, sem perguntas.
Muita gente acha que o antibiótico elimina viroses. Mas na verdade nem serve contra vírus - só mata bactérias. O estudo diz que mesmo entre os médicos há quem confunda os sintomas e as pessoas tomam antibióticos à toa, como se fossem balas. Esse péssimo hábito alimenta a ineficácia dos remédios.
O coordenador do relatória cobra ações para a medicina não voltar à idade das trevas. Pede que todos saiam da zona de conforto. Jim O'Neill propõe reduzir o uso de antibióticos na agricultura, melhorar o acesso a aguá potável, saneamento e hospitais mais limpos, para prevenir infecções.
Mas é preciso remediar também. O relatório defende um fundo global de US$ 2 bilhões para pesquisa em estágio inicial e de US$ 1 bilhão para quem inventar cada novo antibiótico. Um incentivo para voltarem a encarar o problema.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/05/morte-por-superbacterias-e-agravado-por-uso-indiscriminado-de-antibioticos.html