segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Farmacêuticos poderão prescrever medicamentos em unidades de saúde



                                

Os farmacêuticos, que atuam nas unidades de saúde de Ponta Grossa, poderão prescrever alguns tipos de medicamentos para a população. Uma resolução da Secretaria Municipal da Saúde determinou um Protocolo de Atendimento Farmacêutico para o tratamento de doenças como a escabiose, pediculose e desitratação.

A decisão passou a valer nesta semana em nove postos de saúde que contam com os profissionais e que foram escolhidos estrategicamente por apresentarem números maiores de Equipes de saúde da Família. Futuramente, a ideia será expandir os atendimentos para mais unidades.

De acordo com a Coordenação de Assistência Farmacêutica da Secretaria da Saúde os profissionais passaram por uma capacitação para realizar este tipo de atendimento. Com relação as três doenças, que fazem parte do protocolo, o órgão informou que são as patologias que prevalecem na população.

"A coordenação está trabalhando para fazer o acompanhamento dos pacientes de acordo com a linha de cuidado daqueles que possuem doenças crônicas, analisando periodicamente os resultados, com avaliação farmacêutica da farmacologia adequada, resultado de exames e organização da documentação para dar suporte ao paciente", informou o departamento de saúde, através de nota enviada pela assessoria de comunicação.



segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Embriões de fronteira

Experimento levado ao limite da lei pode explicar falha na gravidez e defeitos de nascimento.



Pesquisadores desenvolveram um embrião humano até o 13º dia, um a menos do que o tempo permitido pela lei de vários países – inclusive as dos Estados Unidos e do Reino Unido, onde os experimentos foram feitos. Ao resvalar esse limite, chegaram a evidências que poderão ajudar a entender o aborto espontâneo e defeitos de nascimento. E se defrontaram também com mistérios.

Ao conseguir fazer que embriões se desenvolvam tanto tempo assim, a equipe de Ali Brivanlou, da Universidade Rockefeller (EUA), e Magdalena Zernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), encontrou um grupo de células que apareceu no 10º dia e desapareceu 48 horas depois.

A equipe desconfia que seja um órgão transiente eliminado ao longo da evolução – mais ou menos como nossa ‘cauda ancestral’. Naquela etapa do desenvolvimento, esse ‘órgão fantasma’ responderia, segundo os pesquisadores, por cerca de 5% a 10% das células do embrião. A natureza dessa estrutura permanece misteriosa – e, quase certamente, será tema de estudos posteriores.

Além disso, o estudo ‘quase em tempo real’ da entrada em ação (ou, tecnicamente, expressão) dos genes revelou que há grandes diferenças entre nosso desenvolvimento embrionário e o de roedores – estes últimos muito usados em pesquisa médica para entender doenças humanas.


Recorde anterior

O recorde anterior era de nove dias. O que já deve ser considerado um feito e tanto, pois, depois do 7º dia, quando o embrião se implanta na parede do útero, ele passa a necessitar das condições do ambiente uterino, o que é muito difícil de reproduzir em laboratório – até porque detalhes desse ambiente ainda são desconhecidos.
Pode parecer que quatro dias a mais é pouco se comparados aos nove meses de gravidez. No entanto, quando se trata de evolu­ção embrionária humana, cada hora conta


Por que 14 dias? Cerca de uma dúzia de países no mundo adotam esse limite, ou por lei, ou como diretriz, porque é o momento em que as células embrionárias começam a formar camadas para dar origem aos órgãos. Mais: segundo cientistas, esse é o momento no qual embriões se dividem para gerar gêmeos. E, do ponto de vista ético, defendem especialistas em bioética, começa aí a criação de indivíduos.

O diferencial da equipe de pesquisadores é ter criado o ‘berço’ no qual os embriões puderam crescer por tanto tempo: um gel enriquecido com oxigênio, desenvolvido pela equipe de Zernicka-Goetz. A técnica em si parece ser tão importante quanto as descobertas feitas com ela. E, tudo indica, simularia o ambiente uterino para permitir o desenvolvimento dos embriões para além de duas semanas – os pesquisadores interromperam os experimen­tos no 13º dia.

Em geral, embriões são desenvolvidos ao longo de poucos dias em laboratório com o auxílio de células maternas. Mas, depois de duas semanas, é preciso um coquetel (ainda desconhecido) de hormônios e um ambiente tridimensional – ou seja, diferente daquele ‘plano’ das placas usadas para cultura de células em laboratório.

Até esse momento, a ciência sabe muito mais sobre a evolução embrionária de outros animais do que a de humanos. Portanto, estudar etapas avançadas do desenvolvimento embrionário humano é crucial para entender defeitos genéticos, doenças, formação de órgãos etc.

Cerca da metade dos embriões implantados no útero humano não vinga. É uma taxa relativamente alta, e o motivo para tal é desconhecido por especialistas em fertilização artificial. A técnica e os resultados já estão sendo usados para entender a viabilidade de embriões criados por fertilização in vitro.

Os resultados das duas equipes – os quais estão em Nature (12/05/16) e Nature Cell Biology (04/05/16 on-line) – reforçam uma dedução quase óbvia: modelos animais não são idênticos aos humanos. Por exemplo, as células que dão origem ao feto e ao saco vitelino (ou vesícula vitelina) se diferenciam mais tarde em humanos. Na explicação quase tautológica de Zernicka­Goetz para a revista Science (06/05/16), “temos que estudar embriões humanos para entender os embriões humanos”.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Jovem francesa combate HIV sem medicamentos, dizem médicos

Especialistas atribuem o feito ao precoce tratamento ao qual a adolescente foi submetida


Uma jovem francesa de 18 anos que nasceu com o vírus da Aids tem mantido a doença sob controle e praticamente indetectável apesar de ter interrompido o tratamento há 12 anos, de acordo com informações do Daily Mail.

Seu caso fez ressurgir a esperança de que o tratamento, quando agressivo e precoce, pode limitar a força com que age o vírus, e mostrou que, em alguns raros casos, pacientes podem controlar a doença sem ter que tomar drogas ao longo de toda a vida. Há alguns anos, médicos relataram um caso semelhante: o de uma menina de Mississipi que sobreviveu ao HIV sem tratamento por um ano e três meses.

Pelo menos uma dúzia de adultos entraram em remissão do HIV por cerca de 10 anos depois de suspenderem medicações contra o HIV, mas o caso da jovem francesa é o primeiro de longa duração começado na infância que se tem notícia. A mãe da adolescente francesa não se submeteu ao tratamento de controle do HIV, que reduz drasticamente as chances de transmissão do vírus para a criança durante a gestação. Os médicos acreditam que a adolescente, que não teve a identidade revelada, tenha sido infectada antes ou durante o parto.

Os médicos deram ao bebê a droga AZT por seis semanas, tratamento padrão na época, mas exames motraram que a menina ainda tinha altos níveis de HIV no sangue. Os especialistas resolveram então submeter a menina a um tratamento baseado na combinação poderosa de quatro medicamentos, mantido até criança completar seis anos de idade.

Médicos e pacientes perderam contato por um ano, mas quando a francesa voltou ao hospital, especialistas não encontraram mais HIV em seu sangue. A mãe da criança contou que havia parado de ministrar os medicamentos para a filha e os médicos resolveram continuar adotando a medida, de não submeter a paciente a tratamento.

"Ela não tem qualquer uma das variantes dos genes ou biomarcadores conhecidos por fornecer controle natural ou proteção contra a infacção pelo vírus HIV, e ela não foi capaz de suprimir o vírus antes de iniciar o tratamento com a combinação das drogas. Tudo isso sugere que o tratamento precoce é o responsável pela remissão", afirma o médico.




segunda-feira, 18 de julho de 2016

Gene dos ruivos pode aumentar risco de câncer de pele, indica estudo.

Uma variante de um gene que possuem as pessoas com cabelo avermelhado, pele pálida e sardas pode aumentar o risco de desenvolver câncer de pele, mesmo que não haja exposição ao sol, de acordo com um estudo publicado na terça-feira na revista científica Nature Communications.






O risco, surpreendentemente, também é maior para as pessoas que possuem tal assinatura genética mas não apresentam as características físicas próprias dos ruivos, afirmou a equipe internacional de cientistas.
Os resultados estão baseados em uma análise genética de tumores de câncer de pele de mais de 400 pessoas.
Esta análise revelou que os tumores de pessoas com uma variante do MC1R (gene responsável por dar cor à pele e aos cabelos), que está relacionada com os ruivos, tinham 42% mais mutações - o equivalente a 21 anos de exposição adicional ao sol nas pessoas que não possuem essa variante.

Embora a maioria das mutações genéticas sejam inócuas, quanto mais elas ocorrem, mais provável é que uma célula humana normal se transforme em uma célula cancerosa.
Os resultados sugerem que as pessoas com uma variante do gene MC1R são mais susceptíveis a sofrerem processos mutagênicos - resultantes, por exemplo, de agentes como a exposição aos raios UV, que podem provocar câncer de pele, conhecido como melanoma.

"Este trabalho é importante porque as conclusões se aplicam a uma alta proporção da população, as pessoas que carregam pelo menos uma cópia com uma variante genética no MC1R," disse à AFP o coautor do estudo, David Adams, do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido.
Em alguns países, como Inglaterra e Irlanda, essa proporção pode chegar a um terço da população - embora apenas cerca de 2% das pessoas tenham o fenótipo dos ruivos.


Não precisa ser ruivo

Muitas das pessoas que estão em risco nem sabem que carregam a variante, disseram os pesquisadores.
Os ruivos recebem uma cópia da variante genética de cada um dos seus pais. Mas as pessoas que recebem uma só cópia, do pai ou da mãe, provavelmente não têm o cabelo vermelho - e podem permanecer alheias à sua composição genética particular.

Já se sabe há muito tempo que os ruivos se queimam mais rápido debaixo do sol e que são mais suscetíveis aos efeitos mutagênicos da radiação UV - portanto, têm maior risco de câncer de pele.
Mas o novo estudo sugere que há outras maneiras "possivelmente independentes dos raios UV" de que variantes do MC1R podem aumentar o risco de melanoma, disse Adams.
A pesquisa também revelou, pela primeira vez, o risco para as pessoas que não são ruivas mas que possuem a variante.

"Essas pessoas devem ter cuidado extra debaixo do sol, visto que elas podem ser altamente suscetíveis à radiação UV e outros agentes mutagênicos, algo que muitas pessoas que possuem variantes do MC1R não percebem", disse Adams.

Pessoas com parentes ruivos têm uma maior chance de possuir uma variante do MC1R, e devem tomar cuidado extra, disse que a equipe.

Não ficou claro se as mutações significam que o melanoma em pessoas ruivas é mais ou menos grave.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2016/07/12/gene-dos-ruivos-pode-aumentar-risco-de-cancer-de-pele-indica-estudo.htm#fotoNav=11

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Paracetamol na gravidez aumenta autismo e hiperatividade, diz estudo

Sintomas aumentaram em bebês com mães que ingeriram o remédio. Estudo foi publicado pela revista "International Journal of Epidemiology".







  A pesquisa, liderada pelo Instituto de Salud Global (ISGlobal), em Barcelona, descobriu que o paracetamol, muito usado durante a gravidez, tem forte associação com sintomas do autismo em meninos e com sintomas relacionados ao déficit de atenção e a hiperatividade em ambos os sexos.

  Segundo o pesquisador do ISGlobal e coator da pesquisa, Jordi Júlvez, este é o primeiro estudo do tipo que descreve uma associação independente entre o uso deste fármaco durante o pré-natal e os sintomas do TEA em crianças. Esta também é a primeira análise que indica diferentes efeitos do paracetamol sobre o neurodesenvolvimento conforme o sexo.
  O estudo comparou meninos e meninas expostos de forma persistente ao paracetamol com os não expostos, e encontrou um aumento de 30% do risco para algumas funções da atenção, assim como um aumento dos sintomas do espectro autista no caso dos meninos apenas. Os pesquisadores recrutaram 2.644 duplas de mãe e filho da Espanha e algumas eram avaliadas quando a criança estava com um ano, enquanto outras eram avaliadas aos cinco anos. As mães deveriam responder se tinham tomado paracetamol na gestação e a frequência de uso era classificado como "nunca, esporadicamente ou frequentemente."

  Em 43% dos casos das crianças avaliadas com um ano e em 41% dos casos das crianças avaliadas aos cinco anos a exposição ao paracetamol aconteceu em algum momento durante as primeiras 32 semanas de gravidez. Quando avaliaram aos cinco anos, as crianças expostas tinham aproximadamente 40% mais chances de ter sintomas de hiperatividade ou impulsividade que os não expostos.

  Meninos e meninas expostos de forma persistente mostraram pior rendimento no K-CPT, um exame que mede a falta de atenção, a impulsividade e a velocidade do processamento visual. Além disso, os meninos exposto de maneira persistente ao paracetamol apresentaram um aumento de dois sintomas no Transtorno do Espectro Autista, se comparados aos meninos não expostos.

  "O paracetamol poderia ser prejudicial para o desenvolvimento neurológico por várias razões. Em primeiro lugar, ele alivia a dor ao atuar sobre os receptores de canabinóides do cérebro. Dado que estes receptores, normalmente, ajudam a determinar como os neurônios amadurecem e se conectam entre eles, o paracetamol poderia alterar estes processos", detalhou Júlvez.

  A explicação de porque se encontrou uma relação com o aumento de sintomas do espectro autista só em meninos poderia ser pelo fato de "o cérebro masculino parecer ser mais vulnerável a influências danosas durante os primeiros períodos da vida", afirmou a principal autora do estudo, a médica Claúdia Avella-Garcia.






Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/07/paracetamol-na-gravidez-aumenta-autismo-e-hiperatividade-diz-estudo.html

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Projeto brasileiro inicia mapa genético da zika e já detecta mutações.



Pesquisadores brasileiros e ingleses concluíram nesta quinta-feira (16) a coleta de 1.200 amostras de sangue de pacientes de seis Estados para um estudo inédito do genoma do vírus da zika. O projeto-piloto vai realizar agora um mapeamento genético completo do vírus, que deve ter resultados até o final de julho.

Com a análise do sangue coletado será possível saber a origem, entender as mutações ocorridas desde sua chegada e determinar, por exemplo, relações entre o vírus que circula no Brasil e os problemas neurológicos detectados, como a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré.


Por quinze dias (entre os dias 2 e 16 de junho), o laboratório móvel de análise genômica visitou cinco Estados do Nordeste: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia. Além disso, também recebeu coletas de sangue do Mato Grosso.


Segundo o pesquisador da Fiocruz e um dos coordenadores do projeto, Luiz Alcântara, o vírus foi detectado em 12% das 1.200 amostras coletadas, que vieram, na maioria dos casos, de laboratórios estaduais e foram colhidas de pacientes que tiveram exame clínico conclusivo de doença com exantemas (manchas vermelhas no corpo) e suspeita de zika.


"Essas coletas foram feitas em pacientes apenas pelo perfil clínico, sem diagnóstico molecular. Os laboratórios centrais dos Estados ainda não têm como fazer esse diagnóstico molecular. Eles colhem o sangue e enviam para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, que não consegue atender a demanda", disse.


O projeto Zibra (Zika in Brasil Real Time Analysis, ou análises em tempo real do vírus da zika no Brasil, em tradução livre) é uma parceria entre Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Bahia, Instituto Evandro Chagas, Ministério da Saúde e duas universidades do Reino Unido. Pesquisadores australianos e dos Estados Unidos também colaboram.


As primeiras conclusões foram apresentadas na sexta-feira (17) a especialistas durante simpósio internacional em Salvador, mas o pesquisador da Fiocruz já adiantou que o vírus que circula no Brasil agrupa-se com os identificados na Ásia, embora forme um grupo diferente.


"Agora estamos estudando a genética viral para entender a dispersão do vírus e saber se tem alguma alteração dessa sequência que explique a microcefalia e outras sequelas neurológicas".
Vírus mutante


O professor de doenças infecciosas da Universidade de Oxford Nuno Faria, que também coordena a pesquisa, ressalta que o volume do material compilado também deve ajudar a conhecer melhor o vírus, conhecido por suas rápidas e constantes mudanças genéticas.


"Se tivermos amostras de pacientes infectados no mesmo dia, num mesmo lugar, podemos ter um vírus igual. Mas se foram colhidas com um mês de diferença ou em outro local é mais garantido que vamos encontrar mutações em relação ao vírus", explicou.


Segundo Faria, as mudanças nem sempre significam um vírus mais perigoso, mas demonstram uma capacidade comum aos vírus de se adaptar a novos ambientes. "Muitas dessas mudanças são deletérias, ou seja, como não vão servir para o vírus e serão eliminadas. Em questão de tempo, só ficarão as vantajosas. Ainda não sabemos exatamente como são essas mutações", disse.
Difundir testes rápidos


Os pesquisadores usam o minION, um aparelho criado por uma empresa da universidade inglesa de Oxford, que faz o diagnóstico e sequenciamento do vírus da zika. Um dos objetivos do projeto é difundir o aparelho em larga escala e treinar pessoas para usá-lo permitindo que os laboratórios estaduais façam testes rápidos de zika.


"É um aparelho barato, que custa US$ 1.000. Vamos mostrar a importância dele aos laboratórios e ao Ministério para que seja comprado", disse Alcântara.


Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2016/06/17/projeto-brasileiro-inicia-mapa-genetico-da-zika-e-ja-detecta-mutacoes.htm

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Morte por superbactérias é agravado por uso indiscriminado de antibióticos

Mais de 10 milhões de pessoas devem morrer infectadas até 2050. Uso inapropriado de antibióticos alimenta a ineficácia dos remédios.




Um estudo britânico fez um alerta preocupante: mais de 10 milhões de pessoas devem morrer anualmente infectadas por superbactérias até 2050. O problema é agravado pelo uso inapropriado de antibióticos.
O estudo cobra coragem para investir de novo. Extrair veneno é parte da pesquisa de novos antibióticos. O relatória britânico diz que desde os anos 80, "as poucas atividades são apenas variações do que já existia". Nesse contexto, a meta sugerida parece audaciosa: 15 novos antibióticos nos próximos 10 anos." Esse remédios seriam reservados para casos extremos.
Quando alguém para com o antibiótico só porque voltou a se sentir bem, não significa vitória sobre a infecção. Algumas bactérias podem ter sobrevivido. Ai é uma questão de minutos até se multiplicarem de novo e a nova infecção é resistente ao remédio.
Já há bactérias que se defendem da poderosa colistina. Esse antibiótico conhecido como um último recurso agora aparece à venda na internet. Sem prescrição, sem perguntas.
Muita gente acha que o antibiótico elimina viroses. Mas na verdade nem serve contra vírus - só mata bactérias. O estudo diz que mesmo entre os médicos há quem confunda os sintomas e as pessoas tomam antibióticos à toa, como se fossem balas. Esse péssimo hábito alimenta a ineficácia dos remédios.
O coordenador do relatória cobra ações para a medicina não voltar à idade das trevas. Pede que todos saiam da zona de conforto. Jim O'Neill propõe reduzir o uso de antibióticos na agricultura, melhorar o acesso a aguá potável, saneamento e hospitais mais limpos, para prevenir infecções.
Mas é preciso remediar também. O relatório defende um fundo global de US$ 2 bilhões para pesquisa em estágio inicial e de US$ 1 bilhão para quem inventar cada novo antibiótico. Um incentivo para voltarem a encarar o problema.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/05/morte-por-superbacterias-e-agravado-por-uso-indiscriminado-de-antibioticos.html

terça-feira, 24 de maio de 2016

Excesso de ácido fólico na gravidez dobra risco de autismo



De acordo com um novo estudo, embora o nutriente seja importante para o desenvolvimento do feto, a ingestão precisa ser na dose certa



Excesso de ácido fólico na gestação pode aumentar em até duas vezes o risco de autismo na criança. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

A ingestão de folato – uma vitamina B, encontrada em alimentos como brócolis, feijão e tomate – ou de ácido fólico – sua versão sintética – é aconselhada por especialistas principalmente no primeiro trimestre da gravidez, pois a substância estimula o desenvolvimento neurológico do feto. Entretanto, no novo estudo, os cientistas encontraram níveis de folato quatro vezes mais altos do que o adequado nas mães de crianças com autismo logo após darem à luz. Esse excesso foi relacionado ao transtorno.

Sabe-se que ingestão dessa vitamina pode reduzir em até 75% o risco de má formação no tubo neural do feto, o que previne diversos problemas neurológicos, como anencefalia, paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal, retardo mental e dificuldades de aprendizagem. As autoridades de saúde dos Estados Unidos e o Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil recomendam a ingestão de 400 microgramas por dia da substância neste período da gestação.

“A suplementação adequada é protetora: isso ainda é o caso com o ácido fólico e o folato em geral. Sabemos há muito tempo que a deficiência de folato em mulheres grávidas é prejudicial para o desenvolvimento dos filhos, mas o que esse novo estudo nos diz é que quantidades excessivas também podem causar danos. Nós devemos buscar níveis ideais deste importante nutriente”, disse Daniele Fallin, uma das autoras do estudo.
Pesquisa – Para chegar a estes resultados, os pesquisadores acompanharam 1.391 crianças desde o seu nascimento, de 1998 até 2013, e mediram os níveis de folato no sangue das mães logo após o parto.

Ao longo deste período, 100 crianças foram diagnosticadas com algum tipo de autismo e os resultados das análises sanguíneas mostraram que 10% das mães tinham uma quantidade considerada excessiva de ácido fólico, e 6% tinham uma quantidade excessiva de vitamina B12.

Estudos anteriores mostraram que altos níveis de vitamina B12 podem ser prejudiciais em grávidas, triplicando o risco de o feto desenvolver autismo. Assim, de acordo com o novo estudo, se ambos os nutrientes – folato e vitamina B12 – estiverem em excesso, o risco de uma criança desenvolver a doença aumenta 17,6 vezes.

A maioria das mães que participaram do estudo admitiu ter tomado multivitamínicos, o que incluía ácido fólico e vitamina B12, durante a gestação. Mas os pesquisadores não souberam explicar o porquê apenas algumas delas tinham níveis tão elevados das substâncias no sangue.

Algumas hipóteses levantadas sugerem que, além de comer muitas frutas e vegetais ricas em folato, essas mulheres também tenham consumido alimentos fortificados com ácido fólico ou suplementos em excesso. Ou ainda, pode ser que algumas delas sejam geneticamente predispostas a absorver maiores quantidades da substância ou metabolizá-la de forma mais lenta. Ou até uma combinação dos dois fatores.


Apesar dos resultados, os autores recomendam que mulheres grávidas continuem ingerindo maiores quantidades de folato ou ácido fólico principalmente durante o primeiro trimestre da gestação. “O que precisamos descobrir agora é se deve haver recomendações adicionais sobre qual é a dose ideal desse nutriente durante toda a gestação”, afirmou Ramkripa Raghavan, uma das autoras da pesquisa, ressaltando a necessidade de mais pesquisas.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Google coloca no mercado colher que diminui o tremor das mãos de pacientes com Parkinson


Um ato que para todos é quase automático, para pessoas com Parkinson pode ser um desafio: o ato de se alimentar sozinho com talheres. Os tremores que não são controlados, causados pode esta doença, além de derrubar a comida causa muito constrangimento para essas pessoas no restaurante e no trabalho.
A empresa Lift Lab, recentemente comprada pela Google, tinha o projeto liftware spoon, uma colher que reage ao tremor da mão deixando a colher o mais estável possível, possibilitando que 76% do alimento permaneça na colher, facilitando que as pessoas com Parkinson se alimentem com mais autonomia.
O sistema Liftware funciona na base da colher, equipado com vários sensores, a base consegue detectar tremores nas mãos, atuando de imediato para estabilizar o movimento da colher no sentido contrário ao do tremor, através de pequenos motores internos.
"A colher consegue discernir o movimento do tremor das mãos de outros tipos de movimentos, permitindo-lhe responder apenas ao tremor, preservando o movimento que o utilizador pretende fazer", explica a empresa.
O fundador da Lift Labs, Anupam Pathak, explica como funciona a colher: "Se eu tenho um tremor e me mover para a direita, isso vai mover fisicamente a colher para a esquerda para ajudar a estabilizar esse movimento e permitir que se coma sem entornar a comida."
Além da colher, o Liftware poe ser acoplado a um garfo, uma faca ou uma chave. Apenas a extremidade colher e garfo estão sendo comercializados, por 19,95 dólares. A colher pode ser facilmente transportada pelo utilizador para usar, por exemplo, em restaurantes ou sempre que a refeição seja feita fora de casa. Tem uma bateria recarregável. 

segunda-feira, 25 de abril de 2016

H1N1: uso abusivo de Tamiflu reduz estoques do medicamento em São Paulo



O Tamiflu, usado para evitar complicações da gripe H1N1, está sendo prescrito sem necessidade, segundo coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde

O uso abusivo de oseltamivir, o Tamiflu, indicado para evitar complicações da gripe H1N1, está reduzindo rapidamente os estoques da rede pública de São Paulo e já provoca faltas pontuais do remédio em algumas regiões do Estado. A utilização indiscriminada do medicamento preocupa a Secretaria Estadual da Saúde, que enviou um informe aos médicos paulistas, reforçando os critérios para a prescrição do medicamento.

Nas últimas semanas, o órgão estadual observou um crescimento expressivo no consumo do Tamiflu distribuído nas unidades públicas de saúde. "Começou esse pavor por causa do H1N1 e, assim como houve uma corrida enorme atrás da vacina, também notamos um uso abusivo do medicamento. Ou seja, os médicos começaram a prescrever sem necessidade e nosso estoque caiu drasticamente. Estamos chegando a níveis críticos", diz Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde, que já pediu lotes extras do medicamento ao Ministério da Saúde.

Até agora, o governo do Estado recebeu do ministério 2,9 milhões de cápsulas do medicamento, volume suficiente para tratar 297.800 pessoas. O número é seis vezes maior do que o total de tratamentos dispensados em todo o ano passado: 48.500. "O estoque que pensamos que seria tranquilo para enfrentar toda a epidemia já está acabando. Isso quer dizer que o remédio está sendo dado para pacientes de faixas etárias fora dos grupos de risco, está sendo receitado de forma anárquica", disse o coordenador.

O Tamiflu só é indicado para pessoas com sintomas de gripe que integram os grupos de risco, como idosos, doentes crônicos, gestantes e crianças. Ele também deve ser administrado nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que requer internação. Para que possa evitar as complicações da doença, o oseltamivir deve ser usado preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos primeiros sintomas. Um informe com os critérios para a prescrição do remédio e o alerta sobre as consequências do uso indiscriminado do produto foi enviado aos médicos paulistas pela secretaria por meio do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) na semana passada.



segunda-feira, 11 de abril de 2016

Sequenciamento genético revela que H1N1 em circulação não tem mutação perigosa


O vírus H1N1 que circula hoje no Brasil não tem certas mutações perigosas associadas a casos mais graves da doença, segundo pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará. Para chegar a essa conclusão, eles fizeram o sequenciamento parcial do genoma do vírus a partir de amostras de pacientes infectados coletadas nos primeiros meses do ano em diferentes estados do país.
Segundo a pesquisadora do IEC Mirleide Cordeiro dos Santos, o estudo partiu de uma preocupação: no ano passado, mutações foram identificadas no H1N1 que circulou na Índia e levou a uma grande epidemia no país. Essas mutações, encontradas no gene que codifica a hemaglutinina, proteína que tem como função ligar o vírus a célula hospedeira, levaram a uma maior patogenicidade do vírus. Isso significa que ele tinha uma capacidade maior de provocar sintomas a partir da entrada no organismo do paciente.
Os cientistas do IEC resolveram sequenciar parte do genoma do H1N1 para verificar se o vírus em circulação no Brasil tinha essas mesmas mutações. O resultado foi que elas não estão presentes. A descoberta assegura que a cepa do vírus em circulação é a mesma da vacina contra influenza disponível hoje. Mirleide observa que, como o H1N1 é um vírus que tem RNA como material genético, ele apresenta uma grande variabilidade genética, e pode sofrer mutações de uma estação para outra.
Portanto é uma boa notícia saber que o vírus atual não sofreu essas mutações nocivas identificadas na Índia. 

segunda-feira, 28 de março de 2016

Senado aprova uso de substância sem eficácia comprovada contra o câncer





Nesta semana, o Senado aprovou um projeto de lei que autoriza pacientes com câncer a usarem a fosfoetanolamina sintética em seus tratamentos. O problema é que a droga nem sequer foi registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), “não apresenta eficácia contra células cancerígenas em testes in vitro”.

Ainda em 2014, a Universidade de São Paulo (USP) deixou de distribuir a droga, que era entregue à população gratuitamente. A instituição alegou que eram necessários todos os registros legais e que os testes prévios não confirmaram a eficácia da droga. Desde então, algumas pessoas que estavam fazendo uso do medicamento conseguiram liminares na Justiça para receber a fosfoetanolamina sintética.


A “pílula do câncer”, como ficou conhecida a droga, prometia combater o crescimento celular anormal com componentes capazes de destruir células tumorais e inibir seu crescimento. Porém, os primeiros testes, que tiveram aporte de R$ 10 milhões do MCTI, concluíram que as cápsulas continham uma concentração de fosfoetanolamina menor do que o esperado.

Apesar dos resultados negativos nesta primeira fase de testes in vitro, isto é, feito em células dentro de laboratórios, o MCTI recomendou que fossem feitos testes em voluntários que sofressem com câncer. "Uma molécula não citotóxica ou citotóxica em altas concentrações pode apresentar, conforme evidenciam os trabalhos publicados com a fosfoetanolamina, potencial antitumoral in vitro, possivelmente por depender de rotas metabólicas para desencadear sua ação", afirma o relatório do ministério.

Em entrevista ao site G1, Gilberto Chierice, pesquisador que desenvolveu o medicamento, disse que "tubo de ensaio não tem fígado, então foge totalmente do mecanismo da fosfoetanolamina. Ela tem que entrar no trato digestivo, sanguíneo, veia porta do fígado, são colocados dois ácidos graxos e ela caminha para a célula"

E agora, como ficou?

Segundo o PLC 3/2016, o paciente que apresentar laudo médico que comprove o diagnóstico e assinar termo de consentimento e responsabilidade poderá fazer uso da droga. No documento do projeto de lei, o Senado justifica que o uso da substância é de relevância pública.

Além disso, o projeto define que somente agentes regularmente autorizados e licenciados pelas autoridades sanitárias estarão aptos a produzir, importar, distribuir e prescrever a substância.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Bactéria pode conter surto de Aedes aegypti



A pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que a liberação de Aedes aegypti contaminados com a bactéria Wolbachia, que impede a multiplicação do vírus no inseto, pode ser uma alternativa às tentativas fracassadas de eliminar de vez o mosquito.
Seis meses depois dos primeiros lançamentos de mosquitos que não transmitem doenças, oito em cada dez insetos capturados nas áreas que participam da pesquisa têm a Wolbachia. Significa que a população de Aedes aegypti está sendo substituída por outra que não vai prejudicar a população.
"Ao analisarmos a saliva do mosquito com Wolbachia, é muito significativa a redução da carga viral. Em alguns casos, chega a bloquear 100%, 90% do vírus da dengue. Recentemente, fizemos testes com chikungunya e zika. Os resultados preliminares são bastante positivos. Mostram que a presença da Wolbachia tem grande capacidade de bloqueio do zika", afirmou o pesquisador Luciano Moreira, coordenador do Brasil da pesquisa Eliminar a Dengue: Desafio Brasil. O estudo, que não tem fins lucrativos, também é feito simultaneamente em Austrália, Indonésia, Colômbia e Vietnã.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Pesquisadores avançam na pesquisa para cura para o diabetes tipo 1


Novo estudo conseguiu realizar transplante de células para o pâncreas de ratos, mas ainda é preciso testá-lo em humanos



O diabetes é uma doença comum. Mas enquanto o tipo 2 depende dos hábitos de vida, o diabetes tipo 1 ocorre devido a um problema no organismo, em que o pâncreas para de produzir insulina completamente, não sendo possível metabolizar o açúcar no sangue. Isso costuma acontecer pois o corpo ataca as células beta desse órgão, responsáveis justamente pela produção desse hormônio. Normalmente ela se manifesta na infância e adolescência, enquanto o diabetes tipo 2 é mais comum na vida adulta.

No entanto, essa doença crônica está um pouco mais próxima de ser curada. Cientistas de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) conseguiram realizar um transplante de células-tronco em ratos, que foram convertidas em células produtoras de insulina e sensíveis às taxas de glicose no sangue. Para impedir que o sistema imunológico também não atacasse essas células novamente, eles desenvolveram um material usando alginato modificado, um composto derivado de algas marrons, que encapsula as células.

Depois disso, os estudiosos usaram células troncos humanas encapsuladas e as implantaram em ratos de laboratório. Após o procedimento, os ratos imediatamente começaram a produzir insulina em resposta aos índices de açúcar no sangue. Com o encapsulamento das células, o sistema imunológico dos ratos não respondeu às células novas, garantindo o sucesso do experimento.

O próximo passo é replicar esse processo em humanos para chegarem a um novo tipo de terapia contra o diabetes tipo 1.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Pesquisadores americanos desenvolvem técnica que pode acabar com o "jet lag"


Cientistas americanos acreditam ter descoberto uma técnica que pode ser a chave para combater de forma mais eficiente o que é conhecido como jet lag - a sensação de fadiga que acomete quem viaja para lugares de fusos horários muito diferentes.
De acordo com pesquisadores da Universidade de Stanford, a técnica consistiria na exposição dos viajantes a flashes de luz fortes e curtos, que ajudariam o cérebro a ajustar seu relógio biológico.
A técnica teria sido testada em 39 voluntários, que, como resultado, teriam tido seu relógio biológico "reajustado" em cerca de duas horas após uma hora de exposição aos flashes de luz, segundo os cientistas.
Os corpos de todas as pessoas estão sincronizados segundo o padrão de noite e dia do lugar em que elas vivem. Por isso, quando viajamos para um lugar com outro fuso horário, nossos relógios biológicos precisam ser "reajustados".
Entre os efeitos do jet lag que podem durar dias estão cansaço, irritabilidade e sensação de desorientação.
Durante a fase de testes da nova técnica, eles pediram que os 39 voluntários fossem dormir e acordassem exatamente no mesmo horário por duas semanas.
Em seguida, eles tiveram de dormir no laboratório, onde alguns foram expostos a uma luz contínua e outros a esses flashes de luz muito rápidos, semelhantes ao flash de uma máquina fotográfica.
Os integrantes do segundo grupo  relataram que, na noite seguinte, acabaram atrasando seu sono em cerca de duas horas, enquanto no primeiro grupo o atraso foi de 36 minutos, em média. Segundo Zeitzer, a técnica funciona porque os flashes de luz atravessam a retina e chegam ao fundo do olho, atingindo células que se comunicam com a parte do cérebro que comanda o relógio biológico.
A luz "enganaria" o cérebro, fazendo-o acreditar que o dia seria mais longo do que realmente é.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Cinco ações para deter a epidemia do vírus Zika



O vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, está aterrorizando países do Ocidente. Em breve, todos os países da América, com exceção de Canadá e Chile, devem ter registrado pelo menos um caso da doença.
No Brasil, estima-se que mais de um milhão de pessoas foram contaminadas pela doença, que tem sintomas semelhantes aos da dengue e que pode desenvolver microcefalia em recém-nascidos de mães que contraíram o vírus durante a gravidez. A microcefalia é uma condição neurológica que impede o desenvolvimento da cabeça dos bebês.
Hoje, a Dinamarca entrou para a lista de 24 países que já registraram casos de contaminação pelo vírus e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reuniu com representantes do Ministério da Saúde para pedir pressa no desenvolvimento de uma vacina.
Descubra o que é possível fazer para evitar uma grave epidemia da doença, enquanto nenhuma vacina foi desenvolvida:
1. Monitoramento
Para evitar que o vírus continue se alastrando por diversos países, é preciso que os governos possam identificar pessoas que viajaram a nações em que a doença está em estado de epidemia. Como tem sintomas muito semelhantes a outras patologias, os médicos precisam estar atentos e bem informados sobre as condições do zika. Educar os profissionais de saúde é um importante passo no monitoramento do desenvolvimento da doença.
2. Informar
O governo brasileiro anunciou uma megaoperação a ser realizada pelo Exército. Cerca de 220 mil homens das Forças Armadas passarão de casa em casa para informar a população sobre a gravidade da doença, a importância da prevenção e como fazê-la.Comentaristas de política externa já afirmam que outros países do continente americano precisam começar a pensar em ações semelhantes para que a doença não atinja os níveis que atingiu em solo brasileiro.
3. Programas de prevenção
No século XX, diversos países ocidentais organizaram campanhas para a erradicação do mosquito. Os números de doenças causadas por eles caíram drasticamente, mas os projetos não foram mantidos e o Aedes aegypti ganhou terreno de novo. Janet McAllister, pesquisador do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, defende que ações como as que aconteceram antes sejam retomadas, sobretudo em comunidade periféricas, com menos instrução e infraestrutura para realizar a prevenção.
4. Preocupação com a gravidez
As administrações públicas também precisam se preocupar urgentemente em informar mulheres grávidas que desejam viajar para países onde o vírus está epidêmico sobre as consequências que a doença pode ter no bebê. Uma lista preparada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) compilou países que oferecem riscos às grávidas: Barbados, Bolívia, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Suriname e Venezuela.
5. Entender o vírus
Por fim, mas não menos importante, é preciso uma comoção internacional de cientistas e pesquisadores com o intuito de estudar o vírus Zika. Até o momento, a comunidade científica ainda não entendeu como a doença afeta os embriões, nem tem uma lista completa e definitiva com os sintomas do Zika. Esse desconhecimento é alarmante a esta altura do campeonato.