segunda-feira, 18 de julho de 2016

Gene dos ruivos pode aumentar risco de câncer de pele, indica estudo.

Uma variante de um gene que possuem as pessoas com cabelo avermelhado, pele pálida e sardas pode aumentar o risco de desenvolver câncer de pele, mesmo que não haja exposição ao sol, de acordo com um estudo publicado na terça-feira na revista científica Nature Communications.






O risco, surpreendentemente, também é maior para as pessoas que possuem tal assinatura genética mas não apresentam as características físicas próprias dos ruivos, afirmou a equipe internacional de cientistas.
Os resultados estão baseados em uma análise genética de tumores de câncer de pele de mais de 400 pessoas.
Esta análise revelou que os tumores de pessoas com uma variante do MC1R (gene responsável por dar cor à pele e aos cabelos), que está relacionada com os ruivos, tinham 42% mais mutações - o equivalente a 21 anos de exposição adicional ao sol nas pessoas que não possuem essa variante.

Embora a maioria das mutações genéticas sejam inócuas, quanto mais elas ocorrem, mais provável é que uma célula humana normal se transforme em uma célula cancerosa.
Os resultados sugerem que as pessoas com uma variante do gene MC1R são mais susceptíveis a sofrerem processos mutagênicos - resultantes, por exemplo, de agentes como a exposição aos raios UV, que podem provocar câncer de pele, conhecido como melanoma.

"Este trabalho é importante porque as conclusões se aplicam a uma alta proporção da população, as pessoas que carregam pelo menos uma cópia com uma variante genética no MC1R," disse à AFP o coautor do estudo, David Adams, do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido.
Em alguns países, como Inglaterra e Irlanda, essa proporção pode chegar a um terço da população - embora apenas cerca de 2% das pessoas tenham o fenótipo dos ruivos.


Não precisa ser ruivo

Muitas das pessoas que estão em risco nem sabem que carregam a variante, disseram os pesquisadores.
Os ruivos recebem uma cópia da variante genética de cada um dos seus pais. Mas as pessoas que recebem uma só cópia, do pai ou da mãe, provavelmente não têm o cabelo vermelho - e podem permanecer alheias à sua composição genética particular.

Já se sabe há muito tempo que os ruivos se queimam mais rápido debaixo do sol e que são mais suscetíveis aos efeitos mutagênicos da radiação UV - portanto, têm maior risco de câncer de pele.
Mas o novo estudo sugere que há outras maneiras "possivelmente independentes dos raios UV" de que variantes do MC1R podem aumentar o risco de melanoma, disse Adams.
A pesquisa também revelou, pela primeira vez, o risco para as pessoas que não são ruivas mas que possuem a variante.

"Essas pessoas devem ter cuidado extra debaixo do sol, visto que elas podem ser altamente suscetíveis à radiação UV e outros agentes mutagênicos, algo que muitas pessoas que possuem variantes do MC1R não percebem", disse Adams.

Pessoas com parentes ruivos têm uma maior chance de possuir uma variante do MC1R, e devem tomar cuidado extra, disse que a equipe.

Não ficou claro se as mutações significam que o melanoma em pessoas ruivas é mais ou menos grave.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2016/07/12/gene-dos-ruivos-pode-aumentar-risco-de-cancer-de-pele-indica-estudo.htm#fotoNav=11

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Paracetamol na gravidez aumenta autismo e hiperatividade, diz estudo

Sintomas aumentaram em bebês com mães que ingeriram o remédio. Estudo foi publicado pela revista "International Journal of Epidemiology".







  A pesquisa, liderada pelo Instituto de Salud Global (ISGlobal), em Barcelona, descobriu que o paracetamol, muito usado durante a gravidez, tem forte associação com sintomas do autismo em meninos e com sintomas relacionados ao déficit de atenção e a hiperatividade em ambos os sexos.

  Segundo o pesquisador do ISGlobal e coator da pesquisa, Jordi Júlvez, este é o primeiro estudo do tipo que descreve uma associação independente entre o uso deste fármaco durante o pré-natal e os sintomas do TEA em crianças. Esta também é a primeira análise que indica diferentes efeitos do paracetamol sobre o neurodesenvolvimento conforme o sexo.
  O estudo comparou meninos e meninas expostos de forma persistente ao paracetamol com os não expostos, e encontrou um aumento de 30% do risco para algumas funções da atenção, assim como um aumento dos sintomas do espectro autista no caso dos meninos apenas. Os pesquisadores recrutaram 2.644 duplas de mãe e filho da Espanha e algumas eram avaliadas quando a criança estava com um ano, enquanto outras eram avaliadas aos cinco anos. As mães deveriam responder se tinham tomado paracetamol na gestação e a frequência de uso era classificado como "nunca, esporadicamente ou frequentemente."

  Em 43% dos casos das crianças avaliadas com um ano e em 41% dos casos das crianças avaliadas aos cinco anos a exposição ao paracetamol aconteceu em algum momento durante as primeiras 32 semanas de gravidez. Quando avaliaram aos cinco anos, as crianças expostas tinham aproximadamente 40% mais chances de ter sintomas de hiperatividade ou impulsividade que os não expostos.

  Meninos e meninas expostos de forma persistente mostraram pior rendimento no K-CPT, um exame que mede a falta de atenção, a impulsividade e a velocidade do processamento visual. Além disso, os meninos exposto de maneira persistente ao paracetamol apresentaram um aumento de dois sintomas no Transtorno do Espectro Autista, se comparados aos meninos não expostos.

  "O paracetamol poderia ser prejudicial para o desenvolvimento neurológico por várias razões. Em primeiro lugar, ele alivia a dor ao atuar sobre os receptores de canabinóides do cérebro. Dado que estes receptores, normalmente, ajudam a determinar como os neurônios amadurecem e se conectam entre eles, o paracetamol poderia alterar estes processos", detalhou Júlvez.

  A explicação de porque se encontrou uma relação com o aumento de sintomas do espectro autista só em meninos poderia ser pelo fato de "o cérebro masculino parecer ser mais vulnerável a influências danosas durante os primeiros períodos da vida", afirmou a principal autora do estudo, a médica Claúdia Avella-Garcia.






Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/07/paracetamol-na-gravidez-aumenta-autismo-e-hiperatividade-diz-estudo.html