No comando de um negócio, o empreendedor pode enfrentar situações que demandem uma consultoria especializada. No entanto, grande parte das micro e pequenas empresas não tem condições de pagar pelo serviço. Nesses casos, é possível pedir uma força aos universitários.
Uma alternativa acessível para resolver problemas em diversas áreas empresariais são as empresas juniores (EJs), criadas dentro de centros acadêmicos de todo o país. O serviço pode custar até 15% do preço de uma consultoria de mercado, ou seja, uma economia de pelo menos 85% para o empreendedor.
Empresária busca EJ para calcular valor de sua marca. As EJs são formadas por alunos de universidades sob a supervisão de professores da instituição. O baixo custo do serviço ocorre porque o foco das EJs é a capacitação do universitário e não o lucro. A receita das consultorias é aplicada no treinamento dos estudantes, em novas ferramentas e equipamentos. Algumas também remuneram alunos que desenvolvem a parte técnica.
Segundo Censo realizado em 2012, com dados de 2011, pela Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores), há 206 EJs em atividade no país. A pesquisa mostra ainda que as micro e pequenas empresas representaram 94% dos atendimentos realizados naquele ano. Apenas 6% dos clientes eram empresas de médio ou grande porte.
De acordo com o presidente da Brasil Júnior, Marcus Barão, é comum que as EJs sejam segmentadas de acordo com os cursos das universidades (direito, contabilidade, administração, recursos humanos, marketing), mas há algumas que abrangem mais de uma área de atuação.
Os projetos desenvolvidos pelas EJs englobam todas as etapas da empresa, como a elaboração do plano de negócios, a criação do site da empresa ou até a melhoria de processos internos e gerenciais.
"Grande parte dos trabalhos realizados envolve planejamento e gestão do negócio. A vantagem para o empreendedor é que o serviço é mais barato e de qualidade equivalente ao de uma consultoria de mercado", afirma Barão.
Segundo a empreendedora, a maior parte das consultorias particulares procuradas disse não ter condições de prestar o serviço. As que se declararam aptas, no entanto, pediram prazos longos para a conclusão do projeto.
Segundo a empreendedora, a maior parte das consultorias particulares procuradas disse não ter condições de prestar o serviço. As que se declararam aptas, no entanto, pediram prazos longos para a conclusão do projeto.
"Precisava dos resultados em três meses. Apenas a empresa júnior conseguia cumprir o prazo. A consultoria mais rápida disse que precisaria de oito meses para terminar o projeto", diz.
Consultorias prestam serviços específicos
Diferentemente das incubadoras de empresas, as EJs atendem demandas específicas dos empreendedores e não oferecem suporte completo para o amadurecimento do negócio ou ganho de escala. Com algumas reuniões e visitas ao cliente, o consultor universitário elabora o projeto solicitado.
EJ contribui para formação empreendedora
Se por um lado os clientes pagam menos pela consultoria, por outro os universitários experimentam estar no comando de uma empresa. De acordo com o Censo da Brasil Júnior, 28% dos estudantes que atuam em EJs pretendem ter o próprio negócio ao término da graduação.
É o caso do empresário Rafael Avila, 27. O jovem foi presidente da Ayra, empresa júnior da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e hoje é sócio da Luz Consultoria, especializada no atendimento de micro e pequenas empresas.
"Na EJ, o aluno é inserido na realidade do mercado. Ele dirige o próprio negócio, toma decisões e se desenvolve mais rapidamente do que em um estágio."
Fonte: UOL Economia